Salvaguardas NÃO! Vinho como alimento JÁ!
Publicado por Blog Vinho SIM em 8.5.12 com Sem comentários
Em tempos em que a
discussão sobre a salvaguarda segue acalorada, sugiro que façamos, amigos
leitores amantes do vinho, outro assunto ressurgir com tudo: o vinho como
alimento JÁ!
Muito se tem discutido
sobre a salvaguarda nas últimas semanas e, como amante do vinho e me sentindo
lesado pela possibilidade de tal medida ser aprovada, gostaria de dar minha
contribuição.
Li muitas notícias e
alguns posts interessantes, mas a argumentação definitiva sobre o assunto foi o
texto “Salvaguardas – Tecnicamente não passa”, do João Felipe Clemente no blog
Falando de Vinhos, que, ao meu ver, foi o mais bem escrito até então!
Este meu post não tem
a pretensão de trazer informações inéditas ou reinventar a roda, mas sim fazer
uma pequena compilação de diversas pesquisas de caráter científico-médico já
publicadas a respeito dos benefícios do vinho à saúde, para que possamos ter
mais um argumento a favor do vinho, seja ele nacional
ou importado! É claro que a afirmação do vinho como alimento em forma de lei
não resolveria os problemas e não poderia ser uma ação isolada, mas ajudaria
fazendo cair o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) o que,
na prática, geraria uma redução dos atuais 12% para no máximo 7%, beneficiando
a todos!
Muitos artigos já foram
publicados sobre os benefícios do vinho para a saúde, mas o mais famoso é o
conhecido como paradoxo francês, que relata estudos médicos realizados
na Europa e Estados Unidos mostrando uma inconsistência entre o estilo de vida
e a incidência de doenças cardiovasculares na França. Resumidamente, apesar de
constatados hábitos de consumo de alimentos como queijos, ovos, manteiga,
embutidos e muitos outros alimentos com altas taxas de gorduras saturadas,
agravados por uma vida sedentária, os franceses apresentavam uma incidência de
doenças cardíacas 40% menor que os americanos! O paradoxo existente entre este
estilo de vida nada indicado pela medicina convencional/tradicional e o baixo
índice de doenças cardíacas, gerou uma grande dúvida: o que tinham os franceses
que os fazia diferentes? Sugeriu-se que o hábito de consumir vinho tinto
diariamente durante as refeições poderia estar relacionado com a proteção
contra problemas cardiovasculares e, esta sugestão, acabou gerando grandes
dúvidas e a publicação de mais de 10 mil trabalhos na literatura científica
mostrando as inúmeras qualidades do vinho.
Coração
Muitos estudos
estabeleceram as ações e os elementos do vinho que agem na prevenção das doenças
cardiovasculares, notadamente na doença coronariana. Atualmente o que se aceita
como verdadeiro é que o efeito cardioprotetor do vinho seria dado principalmente
pelo resveratrol, promotor de uma elevação da taxa de colesterol HDL e por uma
ação antioxidante, que levaria à diminuição do colesterol LDL (mau colesterol,
responsável pelas lesões ateroscleróticas). A ingestão moderada de vinho (uma a
duas doses diárias) promove elevação de aproximadamente 12% nos níveis de HDL,
semelhante à obtida com a prática de exercícios. Mais recentemente, Roger
Corder, do Instituto de Pesquisa William Harvey, em St. Bartholomew, e da
Universidade de Londres, descobriu que os polifenóis existentes no vinho
diminuem a possibidade de infarto do miocárdio.
Alzheimer
O mesmo resveratrol tem
a capacidade de neutralizar os efeitos tóxicos das proteínas associadas ao mal
de Alzheimer, de acordo com uma pesquisa liderada pelo Instituto Politécnico
Rensselaer, nos EUA. O resveratrol presente no vinho pode eliminar os efeitos
tóxicos de uma proteína associada ao Alzheimer, o peptídio Aβ1-42, que é uma
proteína que tem sido frequentemente associada à doença de Alzheimer e que
forma placas que prejudicam a saúde cerebral. Os pesquisadores comprovaram que
o resveratrol desmancha as placas ameaçadoras e conserva aquelas que não
prejudicam. “Nós mostramos como o resveratrol tem uma seletividade muito
interessante para marcar e neutralizar um seleto conjunto de isoformas de
peptídeos tóxicos”, diz Peter M. Tessires, que liderou o estudo.
Câncer
O
"International Journal of Cancer" publicou pesquisas mostrando que a
ingestão de uma taça de vinho tinto por dia pode diminuir pela metade o risco
de câncer de próstata e que seu efeito de proteção parece ser mais forte contra
as formas mais agressivas da doença, enquanto o Centro Médio Cedars-Sinai, nos
EUA, apontou que o consumo moderado de
vinho tinto pode diminuir o risco de
desenvolver câncer de mama. Segundo este estudo, a casca e a semente
das uvas cultivadas para produção de vinho tinto têm substâncias capazes de
equilibrar os hormônios femininos mesmo em etapas mais delicadas da vida, como
a partir da menopausa.
Diabetes
Outra pesquisa interessante vem da Universidade de
Recursos Naturais e Ciências da Vida, em Viena, na Áustria. O estudo mostra
que o vinho tinto é uma poderosa fonte de compostos antidiabéticos. A pesquisa
testou uma série de vinhos tintos e dois brancos para descobrir como os vinhos
se ligavam à proteína PPAR-gama, um “receptor” responsável por regular
a absorção de glicose nas células adiposas.
Como vários estudos têm mostrado que o consumo
moderado de vinho tinto pode reduzir o risco de diabetes tipo 2, os
pesquisadores resolveram então determinar a afinidade dos vinhos com a PPAR-gama e comparar seus efeitos com os das drogas
comercializadas.
Eles descobriram que os vinhos brancos tinham baixa
afinidade de ligação, mas todos os tintos eram facilmente ligados a proteína: a
tendência de 100 mL de vinho tinto (cerca de metade de um copo) se
vincular com a PPAR-gama é até quatro vezes mais forte que a mesma
tendência de uma dose diária das drogas prescritas. A atividade tão alta causou espanto nos pesquisadores, que continuaram pesquisando e identificaram os
compostos responsáveis do vinho. O flavonóide epicatequina galato, presente na casca e nas sementes da uva (também
está presente no chá verde), teve a maior afinidade de ligação, seguido pelo
ácido elágico polifenol, que vem dos barris de carvalho onde o vinho é mantido.
Os pesquisadores acreditam que algumas das atividade antidiabéticas do vinho
tinto podem ser devido a estes compostos de ativação do PPAR-gama, mas advertem que estes compostos não
fazem do vinho tinto uma solução mágica. Tais substâncias do vinho podem ter
outros efeitos antidiabéticos e, em qualquer caso, nem todos os compostos serão
absorvidos ou ficarão disponíveis para o corpo usar. A maioria dos polifenóis
não passa pelo trato digestivo inalteradamente e não pode ser absorvida, além de o vinho também conter etanol, que adiciona calorias ao corpo.
Sempre salientando que o consumo moderado é a chave
para obter do vinho os devidos benefícios na saúde e que é fundamental que seja bebido
sempre junto com as refeições para diminuir a absorção do álcool pelo organismo, evitando a hiper e principalmente a hipoglicemia, é fácil percebermos que o
vinho é amplamente benéfico para a saúde humana, então bebamos sempre e com moderação. Saúde!
Categories: Vinho como alimento JÁ
0 comentários:
Postar um comentário