Uma dor de cabeça a menos: vinho para intolerantes à sulfito
Publicado por Blog Vinho SIM em 16.5.12 com Sem comentários
Pesquisadores da Universidade de
Aveiro (UA), Portugal, liderados por Manuel Coimbra e Cláudia Nunes,
apresentaram uma forma de produzir vinho branco sem adição de anidrido
sulforoso e, com isso, ganharam o prêmio Investigação do AGROFOOD iTECH,
dirigido a projetos tecnológicos inovadores com potencial de comercialização.
O projeto promete revolucionar a
indústria do vinho e acabar com uma das maiores causas de dores de cabeça que
algumas pessoas têm ao ingerir vinho: a adição de anidrido sulforoso na produção.
A pesquisa propôs a substituição
do anidrido sulforoso pelo polissacarídeo quitosana (imagem), que já é muito utilizado em várias áreas, como o tratamento de sementes na agricultura,
acelerador do crescimento das plantas, biopesticida e agente filtrante no processo
de tratamento de água (remoção de partículas em suspensão), por exemplo.
Existem também à venda produtos dietéticos/emagrecimento que têm este
componente. Acredita-se que limite a absorção de gorduras pelo organismo.
Fonte: http://quitosana.zip.net/. Acesso em
maio/2012.
O projeto do Departamento de
Química da UA intitula-se “WineSulFree” e consiste na adição, durante a
produção do vinho, de uma película de quitosana, para ajudar no processo de
clarificação. “Há muita gente que é
intolerante ao anidrido sulfuroso e que se queixa de dores de cabeça e má
disposição depois de beber vinho”. Por isso, “aquilo que nós fizemos foi propor um filme de
quitosana que, pelo menos nos vinhos brancos que testamos com mais sucesso,
permite substituir a adição de sulfuroso”, explicou Manuel
Coimbra ao Jornal Ciência Hoje de Portugal (Ciência Hoje).
O método, que
conserva as práticas enológicas comuns a todas as adegas, é único no
mundo e pretende revolucionar a indústria vinícola. Isto porque o
sulfuroso, que é adicionado nas várias etapas da vinificação para evitar a
proliferação de microrganismos que degradam o vinho e as oxidações que o
acastanham, é um composto químico ao qual nem todas as pessoas reagem bem.
“A
ideia é que possa ser aplicado por todos os produtores” de
vinho, até porque a tecnologia “é
muito simples”. Como explica o investigador da UA, “quem sabe fazer vinho pode, sem alterar a
tecnologia de produção e na altura de adicionar o sulfuroso ao vinho para o
conservar, adicionar estas películas que nós preparamos”. O
custo “também não é muito superior”
em relação ao de adicionar sulfuroso.
A pesquisa ainda carece de mais
ensaios para obter dados mais concretos, mas já há a expectativa, num futuro próximo,
de extendê-la dos vinhos brancos para
os espumantes e também para os tintos e , eventualmente, outro tipo de produtos onde possa haver a adição de
sulfuroso.
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