Existe uma linha tênue entre o amor e o ódio: Tormentas - Minimus Anima 2007
Publicado por Blog Vinho SIM em 26.11.12 com Sem comentários
Conheço os vinhos produzidos pelo Marco
Danielle desde as primeiras safras e o que venho notando, ano após ano, é
que eles quase sempre despertam sentimento de amor ou ódio nos
degustadores. É raro nos deixarem resignados.
O projeto do Marco Danielle, denominado Atelier
Tormentas – Vinho de Autor pode ser definido como, no mínimo, ousado, como
descreve o próprio site da vinícola: “Nossos vinhos não são filtrados ou
estabilizados artificialmente, de forma a preservar ao máximo certos traços de
caráter. Vemos o depósito em garrafa não só como um charme ritual, mas como
evidência de um processo de elaboração com mínima intervenção. Em função de
nossa política de vinificações a baixo ou nenhum SO2 (sem adição de sulfitos ou
INS 220), indicamos guarda climatizada. Mas isso vale para qualquer bom vinho,
e só tem importância quando a intenção é adegar por vários anos. Mesmo assim, a
opção por vinhos naturais, com baixo ou nenhum conservante, pode gerar leve
gaseificação (nota frisante) em algumas garrafas, lotes ou safras, sem qualquer
conseqüência sobre a qualidade geral e facilmente neutralizável por aeração em
decanter. Aceitar tais condições é indispensável para compartilhar nossa
proposta, e usufruir as vantagens de uma vinicultura não intervencionista. Embora
utilizemos frutos produzidos com máximo esmero, nossa agricultura não é
orgânica. Contudo nossa vinificação, em alguns casos, pode ser totalmente
orgânica.”
Alguns críticos consideram que o enólogo é muito panfleteiro, que exalta demais tudo o que faz e que usa isso como forma de esconder alguns defeitos de seus vinhos (leia esta crítica do enólogo Jucelio K. de Medeiros, antiga - de 2008 - mas que vale para uma reflexão) e outros consideram seus vinhos fantásticos, cheios de originalidade, como o enófilo e grande músico Ed Motta e o crítico Steven Spurrier, que costumam morrer de amores por eles.
Eu confesso que acho um pouco dos dois! Já é a terceira vez que provo este Minimus Anima 2007 e só agora tive vontade de escrever sobre ele. Já provei muitos vinhos do Tormentas e há alguns que gostei bastante e outros que nem tanto. A superpanfletagem não me agrada, porém compreendo a posição do Marco Danielle de querer exaltar seus vinhos e não simplesmente deixá-los à mercê da opinião alheia. Desde que o faça com bom senso, moderação e honestidade, acho tudo certo.
Muito bem, vamos ao Minimus Anima 2007, cuja produção se limitou a apenas 2600 garrafas com um corte de 35% Cabernet Sauvignon, 35% Tannat “supertardia”, 20% Alicante Bouschet e 10% Merlot, sem passagem por madeira e com quantidade insignificante de SO2.
Eu confesso que acho um pouco dos dois! Já é a terceira vez que provo este Minimus Anima 2007 e só agora tive vontade de escrever sobre ele. Já provei muitos vinhos do Tormentas e há alguns que gostei bastante e outros que nem tanto. A superpanfletagem não me agrada, porém compreendo a posição do Marco Danielle de querer exaltar seus vinhos e não simplesmente deixá-los à mercê da opinião alheia. Desde que o faça com bom senso, moderação e honestidade, acho tudo certo.
Muito bem, vamos ao Minimus Anima 2007, cuja produção se limitou a apenas 2600 garrafas com um corte de 35% Cabernet Sauvignon, 35% Tannat “supertardia”, 20% Alicante Bouschet e 10% Merlot, sem passagem por madeira e com quantidade insignificante de SO2.
Na taça, mostrou coloração vermelho rubi
intenso com leves traços acastanhados, já mostrando uma certa evolução. Límpido, mas
sem muito brilho. Os aromas que mais se destacam de cara são os de frutas
maduras, com nítido toque de cassis, um belo floral e terra molhada. Me agrada
bastante essa “clareza” da fruta, sem os toques de madeira. No paladar, de
ótima estrutura, também se destaca uma bela concentração de fruta, com taninos
bem maduros, possivelmente resultado da utilização de uvas Tannat "supertardia" em 35% do corte. A safra de 2007 foi contada em verso e prosa como uma safra
não muito boa no Sul do país, inclusive na região da Encruzilhada do Sul - onde foram produzidas as uvas utilizadas neste corte -, mas,
ao contrário do esperado, não considero elevada a acidez do vinho, que se
mostrou bem presente durante a prova, mas fez um pouco de falta no final,
deixando o retrogosto mais para o adocicado.
Para a harmonização deste vinho, escolhi um macarrão parafuso ao funghi seco, que se mostrou bastante correta, formando uma ótima parceria.
Ao meu ver, não se pode considerar este
vinho um ícone brasileiro, mas também está longe de algumas críticas
contundentes que já li. É um vinho que, sem a menor dúvida, deve ser, ou
melhor, TEM QUE SER provado, principalmente pelas suas características únicas! É uma pena que está esgotado, pelo menos no site do produtor, mas, caso o encontre em alguma loja por aí, compre-o!
R$ 80,00 (site do produtor -
esgotado) | Álcool 13%
Avaliação VINHO SIM: ÓTIMO
(14/20) / Relação QUALIDADE-PREÇO: BOA
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