William Fèvre - Chablis AOC - 2010
Publicado por Blog Vinho SIM em 12.12.12 com Sem comentários
Os dias de primavera e a iminente chegada do verão
aumentam consideravelmente minha vontade de provar vinhos brancos.
No entanto as muitas opções no mercado dificultam a
escolha?
Será que existe uma casta, uma tipologia, uma
região, ... que aumente a chance de acertar na escolha?
É claro que qualquer que seja a escolha sempre há
chance de acertar e de errar, mas quando se fala de grandes produtores a razão
acerto/erro é muito grande. E pensando em Chablis, Domaine William Fèvre é um
deles.
Ao lembrar dos dias quentes do verão, à minha
cabeça sempre vêm alguns vinhos: espumantes nacionais (infelizmente meu bloso
não permite sonhar com Champagnes .. .rs), brancos de Limoux – França,
Sauvignon Blancs do Chile e os fantásticos Chablis – França.
Algumas palavras para a região Chablis.
Localizada ao Noroeste da Borgonha – quase em
Champagne – Chablis é uma região de clima frio e seu solo é de natureza
argilo-calcária. Nos melhores locais este solo é do período Kimeridgiano, um
solo sedimentar recheado de fósseis marinhos, aos quais é atribuída a principal
característica dos vinhos da região, sempre produzidos com 100% Chardonnay: uma
incrível mineralidade. A apelação possui quatro classificações: Petit-Chablis,
Chablis, Chablis Premier Cru e Chablis Grand Cru.
Os Petit-Chablis são os mais simples, produzido nas
regiões mais periféricas e, em geral, de qualidade muito variável. Na
classificação Chablis é fundamental procurar pelos bons produtores e é nesta
categoria que estão as melhores compras. Nos Premier Cru e Grand Cru a
probabilidade de errar é muito pequena, no entanto a probabilidade de gastar
pouco é ainda menor!
Quanto ao produtor do vinho deste post, William
Fèvre, pode-se dizer que possui grande história na região. Iniciou seus
trabalhos com o Domaine de la Maladière, trazendo sua primeira safra em 1959.
William Fèvre foi um dos grandes nomes da "batalha" contra a extensão dos limites
para a denominação Chablis, panfletando contra o uso do termo “Chablis” para
qualquer produto que não fosse produzido sobre os solos desta região da França.
Esta era uma questão bem particular contra alguns produtores estadunidenses que
começaram a utilizar o termo para alavancar as vendas de qualquer vinho branco
seco, independentemente da falta de semelhança com o Chablis verdadeiro.
Outra grande contribuição de Fèvre, foi o
desenvolvimento de práticas para minimizar os efeitos das famosas geadas da região - que
causavam grandes estragos na produção das vinhas – como por exemplo o uso de
aquecedores a óleo entre as videiras ou a cobertura do vinhedo com telas
plásticas.
William Fèvre possui hoje 15,2 hectares de vinhedos
Grand Cru e 12 hectares de vinhedos Premier Cru, tudo, naturalmente, no coração
de Chablis, em solos que incluem o Kimeridgiano típico.
O protagonista desde post, o William Fèvre -
Chablis AOC – 2010, é proveniente de uma plantação de 20 hectares de vinhas
adjacentes aos Premier Cru, dando origem a um vinho jovem e cheio de frescor.
Coloração amarelo esverdeado, com bastante brilho.
Aromas frescos misturam flores, frutas de polpa branca, hortelã e algo mineral.
No paladar mostra algumas notas de frutas brancas maduras, como melão e pera,
assim como uma mineralidade que deixa uma incrível secura na boca. A acidez
crocante e a leveza de um vinho com “apenas” 12,5% de álcool deixam a cada gole
uma imensa vontade de continuar bebendo. Um vinho muito interessante, cujo
custo não é baixo, mas que vale cada gole. Uma ótima pedida para acompanhar
pratos à base de frutos do mar. Mariscos, ostras frescas e polvo são iguarias que
me vêm à cabeça imediatamente ao pensar neste vinho. Recomendado!
R$ 120,00 (Grand Cru) | Álcool 12,5%
Avaliação VINHO SIM: ÓTIMO
(16/20) / Relação QUALIDADE-PREÇO: ÓTIMA
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