Ranking Vinho SIM de espumantes Nacionais 2012-2013 - Categoria Brut Charmat Branco - RESULTADO FINAL
Publicado por Blog Vinho SIM em 18.2.13 com 2 comentários
Depois das categorias Brut Champenoise Branco e Rosé
(veja aqui) e Brut Prosecco (veja aqui), chegou a hora de outros resultados do Ranking
Vinho SIM de Espumantes Nacionais 2012-2013. A bola da vez são os brancos da
categoria Brut Charmat.
Antes de
tudo, algumas palavras sobre o Charmat.
Também chamado Charmat-Martinotti, este processo é
um método mais econômico que o Método Champenoise para criar gás carbônico nos
espumantes, pois o vinho é submetido à segunda fermentação em tanques de aço
inoxidável (em vez da própria garrafa) e é engarrafado sob pressão. O processo
é similar ao de fabrico de refrigerantes, diferindo deste na medida em que o
gás carbônico do espumante é produzido na segunda fermentação (enquanto o do
refrigerante é simplesmente adicionado por uma fonte externa ao processo). Este
processo foi inventado em 1895 pelo enólogo italiano Federico Martinotti mas
foi patenteado em 1907 pelo francês Eugène Charmat.
Esta categoria foi a que me
trouxe o maior desapontamento com os espumantes nacionais. De um total de 28
amostras (entre brancos e rosés), apenas uma recebeu pontuação acima dos 16/20 pontos.
Lembro à todos que este ranking,
contou com a ajuda de bastante gente e caso queiram conhecer ou relembrar as
critérios usados, saber quem foram os convidados ou mesmo ver fotos do evento
sugiro a leitura DESTE POST, onde escrevi todos estes e mais alguns detalhes
sobre esta grande prova.
Saúde e divirtam-se!
RESULTADO FINAL – BRUT
CHARMAT BRANCO
Vinho
|
Safra
|
Produtor
|
Região
|
$ médio
|
Nota
|
|
1
|
Poesia do Pampa
|
2011
|
Guatambu
|
Don Pedrito - RS
|
R$ 43,00
|
17,25
|
2
|
Monte
Paschoal
|
-
|
Basso
|
Farroupilha
- RS
|
R$ 19,00
|
15,75
|
3
|
Cordon
D’Or
|
-
|
Piagentini
|
Caxias
do Sul - RS
|
R$ 25,00
|
15,50
|
4
|
Salton
|
-
|
Salton
|
Vale dos
Vinhedos - RS
|
R$ 19,00
|
15,25
|
5
|
Dal
Pizzol
|
-
|
Dal Pizzol
|
Bento
Gonçalves - RS
|
R$ 42,00
|
15,25
|
6
|
Chardonnay
|
-
|
Garibaldi
|
Garibaldi
– RS
|
R$ 19,00
|
15,0
|
7
|
Reserva
Ouro
|
-
|
Salton
|
Bento
Gonçalves - RS
|
R$ 29,00
|
15,0
|
8
|
Vivere
|
-
|
Casa
Venturini
|
S. do Livramento - RS
|
R$ 32,00
|
15,0
|
9
|
Villagio
Grando
|
2011
|
Villagio
Grando
|
C. de Herciópolis - SC
|
R$ 37,00
|
15,0
|
10
|
Tributo
|
-
|
Marco
Luigi
|
Bento
Gonçalves - RS
|
R$ 35,00
|
15,0
|
11
|
Primícias
|
-
|
Garibaldi
|
Garibaldi
– RS
|
R$ 15,00
|
14,75
|
12
|
Ponto
Nero
|
-
|
Domno
|
Garibaldi
– RS
|
R$ 32,00
|
14,75
|
13
|
Dádivas
|
-
|
Lídio
Carraro
|
Bento
Gonçalves - RS
|
R$ 40,00
|
14,75
|
14
|
Don
Bonifácio
|
-
|
Don
Bonifácio
|
Caxias
do Sul - RS
|
R$ 28,00
|
14,5
|
15
|
Maximo
Boschi
|
-
|
Maximo
Boschi
|
Bento
Gonçalves - RS
|
R$ 26,00
|
14,5
|
16
|
Giuseppe
Garibadi
|
-
|
Garibaldi
|
Garibaldi
– RS
|
R$ 26,00
|
14,5
|
17
|
Pericó
|
2011
|
Pericó
|
São
Joaquim - SC
|
R$ 34,00
|
14
|
18
|
Ar
|
-
|
Dunamis
|
Cotiporã - RS
|
R$ 35,00
|
12
|
1. Guatambu – Poesia do Pampa 2011
Região: Don Pedrito – Campanha
Gaúcha - RS
Uvas: 80% Chardonnay e 20%
Sauvignon Blanc.
Álcool: 12,5%.
Muito acima de seus “concorrentes”, além de sobrar
nesta categoria, sua pontuação o coloca como um dos melhores espumantes do
Brasil. Aromas de frutas cítricas frescas combinados com frutas de polpa branca
maduras e toques de frutas secas. Cremoso e com ótima acidez, também é um dos
grandes campeões no quesito vontade de continuar bebendo!
***** / $$$
2. Basso - Monte Paschoal Brut
Região: Farroupilha - RS
Uvas: Chardonnay e
Riesling Itálico.
Álcool: 12%.
Provavelmente a maior
surpresa de toda a degustação! Apesar de não apresentar complexidade, seus
aromas de frutas cítricas com notas de frutas doces são muito agradáveis e são
uma ótima abertura para um paladar fresco e vivo. Superdestaque da relação
QUALIDADE-PREÇO.
**** / $
3. Piagentini – Cordon D’Or Brut
Região: Caxias do Sul - RS
Álcool: 10%.
Outra boa surpresa da
degustação. Espumante sem pretensão de "imitar" champagnes, possui certa cremosidade e um frescor que lhe confere aquele gostinho de "quero mais".
*** / $$
4. Salton - Brut
Região: Bento Gonçalves - RS
Uvas: Chardonnay, Riesling, Malvasia, Trebiano e
Semillon.
Álccol: 11,5%
Um dos grandes campeões de
vendas do mercado nacional, este espumante surpreendeu na degustação,
principalmente pela inconstância que em demonstrando no decorrer dos anos. Este
esteve bem fresco com notas frutadas agradáveis.
*** / $
5. Dal Pizzol - Brut
Região: Bento Gonçalves - RS
Uvas: Chardonnay, Pinot Noir
e Riesling Itálico.
Álcool: 12%.
De cara, a perlage chama à
atenção pelas formação de borbulhas pequenas e bem constantes. Os aromas
elegantemente cítricos envolvidos por toques de leveduras e pão tostado dão o
tom. Na boca apresentou acidez mediana com um leve toque frutado. É um
espumante com uma certa vocação gastronômica. Possivelmente uma ótima escolha
para culinária japonesa, especialmente se for harmonizado com atum.
*** / $$$
6. Garibaldi – Chardonnay
Região: Garibaldi
Uvas: 100 % Chardonnay
Álcool: 13%
Amarelo
palha com reflexos dourados, límpido e brilhante. Perlage formando borbulhas
finas e numerosas. Aromas delicados e potentes, lembram pêssego, maça madura,
com sutil e fino toque de pão tostado, aroma esse que evolui com o
envelhecimento do espumante. Estruturado e cremoso, com uma sensação de frescor
devido a seu equilíbrio entre açúcar e acidez, deixando um final de boca amável
e agradável.
*** / $$
7. Salton – Reserva Ouro
Região: Bento Gonçalves - RS
Uvas: 60% Chardonnay, 20%
Pinot Noir e 20% Riesling.
Álccol: 12,5%
Mais um clássico do mercado
nacional. Aromas discretos de frutas tropicais. Fácil de beber, com boa acidez
e frescor.
*** / $$
8. Casa Venturini – Vivere
Região: Campanha Gaúcha - Santana
do Livramento - RS
Uvas: 80% Chardonnay, 10% Sauvignon Blanc, 10%
Merlot.
Álcool: 12%.
Com uma composição no mínimo
inusitada, misturando Sauvignon Branc e Merlot, o Vivere, mostrou-se um
espumante leve e descompromissado, com boa acidez e bom frescor. Ótima pedida
curtir os dias quentes de verão com uma taça na mão.
*** / $$
9. Villagio Grando – Brut 2011
Região: Campos de Herciliópolis -
Água Doce - SC
Safra: 2011
Uvas: 60% Chardonnay, 30%
Pinot Noir e 10% Pinot Meunier.
Álcool: 11,5%.
Interessante perceber que,
apesar da composição clássica de Champagne - inclusive com 10% de Pinot
Meunier, única no Brasil – este espumante tem personalidade própria, trazendo
características totalmente diferentes dos champagnes. Aromas bem leves e sutis
de flores com toques cítricos. Boca leve e com média acidez. Boa pedida para
entradas.
*** / $$$
10. Marco Luigi – Tributo
Região: Bento Gonçalves – RS
Uvas: 100% Chardonnay.
Álcool: 12 %
Este 100% Chardonnay mostrou
uma discreta presença aromática, lembrando frutas cítricas e algum toque de
melão. A acidez mediana o deixa bastante suave no paladar, mas falta aquele
gostinho de “quero mais”. Bom espumante para entradas frias e saladas.
*** / $$
11. Garibaldi – Primícias 750
Região: Garibaldi
Uvas: Riesling e Trebbiano
Álcool: 12,5%
O que mais chama à atenção
neste espumante é seu preço por volta dos R$ 15,00, o que o torna uma excelente
relação QUALIDADE-PREÇO.
Os aromas de frutas cítricas
como lima e limão siciliano se fundem com os tropicais da physallis. Paladar
com boa lembrança de frutas tropicais e cítricas novamente, de ótima acidez,
refrescante e quase crocante, algo que me lembrou maçã verde. Final curto, mas
nesta altura da prova as impressões positivas já haviam me conquistado. Apesar
de ser um espumante bem simples, fiquei muito positivamente surpreso com este
vinho já que ele amealhou quase 15 pontos!
*** / $
12. Domno – Ponto Nero
Região: Garibaldi - RS
Uvas: 60% Chardonnay, 30% Pinot Noir, 10% Riesling.
Álcool: 12%.
Aroma sutil com notas de
frutas tropicais mafuras e algo cítrico. Acidez mediana e alguma cremosidade.
*** / $$
13. Lídio Carraro - Dádivas
Região: Bento Gonçalves - RS
Uvas: Chardonnay e Pinot
Noir.
Álcool: 12%
Bela perlage fina, abundante
e persistente. No nariz, as frutas maçã verde, abacaxi e algum toque floral. Na
boca tem ótima acidez - bem equilibrada pela fruta – e frescor. Se dependesse
exclusivamente da minha avaliação teria tido uma melhor colocação,
principalmente por possuir com louvor a característica que mais aprecio em
espumantes: aquele gostinho de “quero mais”.
**** / $$$
14. Don Bonifácio - Brut
Região: Caxias do Sul – RS
Uvas: Merlot e Chardonnay.
Álcool: 12%
Apesar de possuir uma boa
paleta aromática, que lembrou pêssegos e pão torrado, na boca faltou um pouco
de frescor. Alguns toques amanteigados deixaram o este Brut com um certo
desiquilíbrio. Com um pouquinho mais de acidez teria subido bastante na
colocação final.
*** / $$
15. Maximo Boschi – Brut
Região: Bento Gonçalves - RS
Uvas: 35% Chardonnay e 50%
Riesling e 15% Merlot Noir.
Álcool: 12%
Depois da ótima avaliação do Tradizionale, que ficou
com a primeira colocação da categoria Champenoise, inclusive deixando para trás
o mais famoso espumante da M. Boschi – Speciale - , a expectativa por este
vinho aumentou bastante. Apesar do corte completamente diferente do Tradizionale,
depois de revelados os rótulos, provei-o novamente (obviamente sem consideração
de notas) procurando características que o relacionassem com seus “irmãos”
champenoise, mas não encontrei quase nada. Ao meu ver, o que tornou o
Tradizionale o grande vencedor da categoria Champenoise foi o ótimo frescor que
apresentou, uma característica que muitos dos champenoises provados não
mostraram. Já este Charmat, muito bem elaborado, mostrou-se elegante, com boas
notas de frutas maduras no nariz, mas faltou um pouco mais de frescor ao
paladar.
*** / $$
16. Garibaldi – Giuseppe Garibaldi
Região: Garibaldi - RS
Uvas: 85% Chardonnay e 15%
Pinot Noir
Álcool: 13% vol
No nariz lembrou maçã e
frutas secas. Paladar com boa cremosidade. Acidez mediana. Mais um espumante
que certamente mostraria suas melhores qualidades se acompanhando algum prato
da culinária japonesa ou mesmo pratos de culinárias que utilizam toques
apimentados nos pratos.
*** / $$
17. Pericó – Cave Pericó Branco 2010
Região: Pericó Valley – São
Joaquim - SC
Uvas: 40% Cabernet Sauvignon, 28% Merlot e 32% Chardonnay.
Safra: 2011
O corte de Cabernet
Sauvignon, Merlot e Chardonnay é muito interessante e vale a pena ser provado
por si só. Bonita perlage, fina e com média persistência. No nariz, destaque
para os aromas de frutas de polpa branca. Boca com acidez mediana e bom
equilibrio.
** / $$$
18. Dunamis - Ar
Região: Cotiporã – RS
Uvas: 100% Chardonnay.
Álcool: 11,5%
Espumante bem leve e
descompromissado. Sem defeitos, mas que não encantou os degustadores por
parecer simples demais, isto é, não apresentou alguma característica que lhe
desse destaque.
*** / $$
E vem mais resultados por aí ... Nos próximos dias as Brut Charmat Rosé, Demi-Seco, Moscatel e Extra Brut
& Nature. Dúvidas, comentários e afins é só escrever, estou à disposição e
que Baco nos ilumine!
Categories: RVS 2013
Classificar Espumantes método Charmat como sendo "econômicos" é um tanto complicado, e até mesmo errado em alguns aspectos.
ResponderExcluirO custo inicial é elevadíssimo. O valor das autoclaves é praticamente insustentável para empresas que não possuem um grande volume de produção. Na maioria dos casos, o custo de uma autoclave é dez vezes maior que um tanque de aço inoxidável comum (que não é nada barato).
A elaboração de espumantes pelo método Champenoise (tradicional) é muito menos custosa, já que o maquinário exigido é infinitamente mais barato e, muitas vezes, é alugado de uma empresa pra outra (linha de envase e degorgement).
Compará-lo com o fabrico de refrigerantes é ainda mais "perigoso", dando uma conotação muito pejorativa ao produto. A elaboração destes dois produtos é completamente diferente, sem nenhuma etapa em comum (exceto o envase sob pressão, que é o mesmo no fabrico de cervejas, água com gás e qualquer outro produto que contenha pressão).
Parabéns pelo trabalho e pela matéria.
Realmente interessante avaliar com carinho a qualidade do Espumante Nacional.
Mas cuidado com as informações que "estão em todo lugar".
Grande abraço.
André.
André,
ResponderExcluirmuito obrigado pela visita e pelas informações. Como eu sempre digo, fico muito feliz quando o Vinho SIM recebe críticas, sugestões e apontamentos que realmente acrescentam algo, como é o caso deste seu comentário.
Antes de escrever sobre o método eu consultei alguns amigos sobre a produção e talvez minhas palavras não tenham sido colocadas da melhor forma possível.
O "mais econômico" citado se referia apenas à "criação" de gás carbônico, não ao processo como um todo e no fundo eu quis escrever sobre a dificuldade e não ao custo.
Quanto à comparação com o fabrico de refrigerantes, você tem toda a razão, aparentou pejorativo mesmo, embora, obviamente, esta não tenha sido a intenção.
Grande abraço.